Modalidades de tratamento:
→ Tratamento local: cirurgia e radioterapia;
→ Tratamento sistêmico: quimioterapia, hormonioterapia e terapias alvo.
Objetivo do tratamento:
O tratamento do câncer de mama tem como finalidade principal eliminar as células cancerosas do local onde surgiram, as células dispersas em outras regiões do corpo (que chamamos de metástase), além de assegurar que não restem tecidos que possam provocar a recorrência da doença.
Como o tratamento é escolhido?
A escolha do melhor plano de tratamento para o câncer de mama não é a mesma para todas as mulheres. Considera-se uma série de fatores para traçar o protocolo mais apropriado.
→ Tipo e subtipo molecular/histológico do tumor: existem diferentes tipos de câncer de mama que respondem a tratamentos distintos.
→ Estadiamento da doença: se o tumor está em estágios iniciais ou mais avançados. O estadiamento é definido após exames como ressonância magnética, tomografia e cintilografia óssea.
→ Características da paciente: idade, se está na menopausa ou não, saúde geral (se tem outras doenças), histórico e predisposição genética (como síndromes ou mesmo a presença de marcadores genéticos como o BRCA1 e BRCA2), estilo de vida e preferências pessoais.
Tipos de Tratamentos Principais
Existem diversas modalidades de tratamento, que podem ser usadas isoladamente ou em combinação, dependendo do objetivo (como diminuir o tumor, removê-lo, controlar a doença metastática, prevenir recidivas ou aliviar sintomas).
- Cirurgia: Frequentemente faz parte do tratamento. O objetivo é remover o tumor e uma margem de tecido saudável ao redor.
→ Pode ser conservadora (como a quadrantectomia ou setorectomia), removendo apenas a parte da mama com o tumor e preservando a maior parte do tecido
Fonte: https://felicidadrodriguez.com/cicatriz-mastectomia/
→ Ou pode ser mastectomia, com a remoção total da mama (uni ou bilateral, dependendo do caso). Existem diferentes tipos de mastectomia, que podem ou não preservar pele, aréola ou mamilo.
Fonte: https://felicidadrodriguez.com/cicatriz-mastectomia/
→ A avaliação ou remoção dos linfonodos axilares também pode ser necessária.
→ A reconstrução mamária deve ser considerada sempre que possível nos casos de mastectomia. Inclusive existe uma lei que garante às mulheres o direito à reconstrução das mamas pelo SUS!! (https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12802.htm)
2. Quimioterapia: Utiliza medicamentos para destruir células cancerígenas e impedir que o câncer se espalhe. Os medicamentos viajam pela corrente sanguínea, atingindo células em todo o corpo (tratamento sistêmico). A quimioterapia é administrada por um acesso venoso.
Fonte: Acervo pessoal
→ Pode ser administrada antes da cirurgia para reduzir o tamanho do tumor.
→ Pode ser administrada após a cirurgia para eliminar células que possam estar espalhadas pelo corpo e reduzir o risco de retorno do câncer (recidiva).
→ É um tratamento que pode apresentar mais efeitos colaterais em comparação com outros tipos. Nem todos os casos de câncer de mama necessitam de quimioterapia.
3. Radioterapia: Usa radiação ionizante para destruir células tumorais ou impedir sua multiplicação. É geralmente aplicada localmente na área onde estava o tumor.
Fonte: Acervo pessoal
→ Frequentemente indicada após a cirurgia.
→ Pode ser externa (feixes de radiação direcionados ao corpo) ou braquiterapia (fonte de radiação colocada próxima ao tumor).
→ Pode ser utilizada para controlar o crescimento de metástases ou aliviar sintomas em estágios avançados. Apresenta efeitos colaterais principalmente na área irradiada, além de fadiga. Pode ser necessária mesmo após mastectomia total se células invadiram outros tecidos.
4. Hormonioterapia: Indicada para tumores de mama que são estimulados por hormônios sexuais femininos. O tratamento consiste em impedir a atuação dos hormônios sobre os receptores nas células tumorais.
→ É um tratamento sistêmico.
→ Existem diferentes modalidades, incluindo medicamentos orais ou injetáveis.
Fonte: Acervo pessoal
→ É geralmente bem tolerada com menor incidência de efeitos colaterais em comparação com a quimioterapia. Exemplos incluem tamoxifeno e inibidores de aromatase. Só é indicada se os receptores hormonais estiverem presentes nas células cancerígenas.
5. Terapia-alvo (Biológica ou de Precisão): Um avanço que age diretamente em moléculas específicas presentes nas células tumorais.
→ Permite tratamentos mais precisos, com menos impacto nas células saudáveis e, consequentemente, menos efeitos colaterais em comparação à quimioterapia tradicional.
→ É um tratamento personalizado que busca inibir a ação ou reduzir o crescimento das células cancerígenas.
→ A indicação depende da identificação de proteínas ou mutações específicas no tumor, como o receptor HER.
6. Imunoterapia: Este tipo de tratamento visa estimular o próprio sistema imunológico da paciente a combater as células neoplásicas.
Fonte: Acervo pessoal
7. Cuidados Paliativos: Quando a doença está em estágio avançado ou o tratamento principal deixa de funcionar, os cuidados paliativos se tornam importantes. O objetivo é aliviar os sintomas, tratar os efeitos colaterais e melhorar a qualidade de vida da paciente. Continuar ou interromper o tratamento deve ser uma decisão discutida com a equipe médica.
Fonte: Acervo pessoal
Eficácia e a Importância do Diagnóstico Precoce:
O prognóstico depende da extensão da doença e das características do tumor, sendo diretamente influenciado pelo estágio em que é feito o diagnóstico. Quando os tumores são detectados precocemente, as chances de cura aumentam significativamente, podendo atingir até 95%, além de possibilitar tratamentos menos agressivos. Já em estágios mais avançados, especialmente quando há metástase, o foco do tratamento passa a ser o prolongamento da sobrevida e a melhora da qualidade de vida.
🌸É direito de todas as pacientes receber informações claras e em linguagem acessível sobre todas as opções de tratamento disponíveis para o seu caso. Também é um direito, discuti-las abertamente com os profissionais de saúde que fazem parte da equipe, bem como decidir sobre seu tratamento. Isso inclui entender os possíveis efeitos colaterais e considerar estudos clínicos.
Importante ressaltar que existem outros tratamentos considerados complementares e alternativos que não têm comprovação científica! 🌸
Autora: Maria Luiza Lacerda
Referências:
RODRÍGUEZ, Felicidad. Tratamiento Cicatriz de Mastectomía. Felicidad Rodríguez – clínica de fisioterapia y osteopatía em Granada, 19 out. [s.d.]. Disponível em: https://felicidadrodriguez.com/cicatriz-mastectomia/. Acesso em: 17 jun. 2025.
MOREIRA, Thaynara; REDAÇÃO MINHAVIDA. Mastectomia: o que é, tipos de cirurgia e quando é indicada. Minha Vida, São Paulo, 20 out. 2021. Disponível em: https://www.minhavida.com.br/materias/materia-21627. Acesso em: 17 jun. 2025.
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER (INCA). Tratamento. Rio de Janeiro: Governo Federal, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/gestor-e-profissional-de-saude/controle-do-cancer-de-mama/acoes/tratamento. Acesso em: 8 jun. 2025.
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INSTITUTO ONCOGUIA. Câncer de mama: desigualdade no tratamento compromete chances de cura. [S. l.]: Oncoguia, 9 out. 2024. Disponível em: <https://www.oncoguia.org.br/conteudo/cancer-de-mama-desigualdade-no-tratamento-compromete-chances-de-cura/17422/7/#:~:text=Segundo%20Caleffi%2C%20cada%20caso%20%C3%BAnico%2C%20e,caracter%C3%ADsticas%20da%20paciente%20quanto%20as%20do%20tumor.>. Acesso em: 7 jun. 2025.
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CLÍNICA FEMA. Tratamento Do Câncer De Mama: Principais Abordagens. [S. l.]: Clínica Fema, 18 fev. 2025. Disponível em: <https://clinicafema.com.br/tratamento-do-cancer-de-mama/#:~:text=Qual%20o%20tratamento%20do%20c%C3%A2ncer,residuais%20que%20possam%20causar%20recidiva.>. Acesso em: 8 jun. 2025.
